História

O Drº. Manoel Barata, no seu importante folheto “A antiga produção e exportação do Pará”, em uma nota à página 38, sobre o Marajó, escreveu: Esta Ilha, primitivamente conhecida como Ilha Grande de Joanes, foi criada capitania e concedida em donatária de juro e herdada pelo Rei D. Afonso ao seu Secretário de Estado, Antônio de Sousa Macedo, por carta de doação de 23 de Dezembro de 1665.O donatário tomou posse dela por seu procurador em 02 de Setembro de 1667.

Ao filho de Antônio de Sousa Macedo, deu o mesmo D. Afonso VI, o título de Barão da Ilha Grande de Joanes, por carta de mercê de 27 de Setembro de 1666. Equivocadamente dizem, porém, alguns escritores que esse título fora dado ao mesmo Antônio de Sousa Macedo, quando, antes dos autores citados, o próprio Antônio de Sousa Macedo, que só tivera a doação da capitania, sem o título de Barão, diz expressamente, em uma memória por ele escrita em 1675: “No Grão – Pará, Estado do Maranhão, sou senhor e capitão geral da Ilha Grande de Joanes (donde meu filho tem o título de Barão)…”Antônio de Sousa Macedo foi escritor erudito e autor de várias obras as quais “EVA E AVE” e o poema “ULYSSIPO”. Faleceu a 1º de Novembro de 1682.

Sucedeu-lhe na donatária da capitania seu filho Luiz Gonçalo de Sousa Macedo, primeiro Barão da Ilha Grande de Joanes, que faleceu em 10 de Agosto de 1727.A este sucedeu na donatária e no título de Barão, seu filho Antônio de Sousa Macedo, que faleceu a 30 de Novembro de 1738, sucedendo-lhe seu filho Luiz de Sousa Macedo, quarto donatário e terceiro Barão de Joanes, e que foi, também, o último na posse da capitania e da baronia.

Em virtude de ajuste feito entre ele e o governo de D. José I e por decreto de 29 de Abril de 1754, foi extinta a donatária e reunida a capitania aos bens da coroa e fazenda real, sendo dado ao mesmo Luiz de Sousa Macedo, o título de Visconde de Mesquitela, em lugar do Barão da Ilha Grande de Joanes, além da renda de três mil cruzados cada ano.
Por aviso de 06 de junho daquele ano, o Ministro determinou ao governador do Pará que tomasse posse da Ilha, o que foi logo executado.
A denominação proveio do nome do Rio que a regra, e, segundo diz Ferreira Pena, uma palavra que não é nem de origem indígena.
À edificação da igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição deve à sede do município de Afuá a sua fundação e existência.
Antes de 1845 estabeleceu-se em terrenos do Rio Marajó, que então fazia parte do Distrito de Chaves, D. Micaela Archanja Ferreira, ocupando uma posse de terras que denominou Santo Antônio.
Com a criação da Lei nº. 601 de 18 de Setembro de 1850, e em obediência ao regulamento baixado com o decreto nº. 1318, de 30 de Janeiro de 1854. D. Micaela Ferreira deu a registro, na freguesia de Chaves, o seu sítio Santo Antônio, que media aproximadamente uma extensão de meia légua, ficando compreendida dentro dele a zona em que hoje assenta a sede do município.

Em 1869, em torno da casa daquela posseira já existiam muitas barracas, pelo fato de ser o local apropriado para um porto de paragem cômodos, para quem saía ou entrava para o grande Estuário Amazônico.
Naquele ano, Mariano Cândido de Almeida pôs em campo toda a sua atividade, conseguindo organizar uma espécie de comissão com os principais moradores do local, a fim de levar a feito a construção projetada, não mais de uma capela, mas de uma igreja, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição de Afuá.
Escolhido o local, preparados os primeiros materiais, tiveram início os trabalhos de construção da igreja em 1870, havendo estado ficado concluída no ano seguinte.
Não faltou D. Micaela Ferreira à sua promessa, pois que, já em 1870, segundo declaração escrita de seus filhos legítimos FIRMINO DAS MERCÊS COELHO E GERALDO ANTÔNIO COELHO, datada de 1º de Junho de 1899, testemunhado pelo major Antônio Maciel Fonseca e Capitão Antônio Gomes de Sousa, confirmando-a, doou para patrimônio de Nossa Senhora da Conceição o terreno que começa no Igarapé Divisa, no Rio Marajó, desce pelo Rio Afuá e vai até o Igarapé Jaranduba no Rio Cajuúna.
Em torna da Igreja, e com as facilidades aquisitivas de pequenos lotes de terras, cresceu o povoado, que, em 14 de Abril de 1874, pela Lei provincial nº. 811, recebeu a categoria de freguesia sob a invocação predileta de Mariano Cândido de Almeida.
As lutas políticas de 1878, com as vicissitudes a que ficavam sujeitos os vencidos políticos, concorreram para que, pela Lei nº. 908, de 05 de Junho, lhe fosse suprimida a prerrogativa de freguesia, ficando seu território anexado ao de Chaves, até 8 de março de 1880, quando a Lei nº. 963 lhe restituiu o predicamento antigo.
Não teve longa duração este segundo período de constituição da freguesia pois que, em 1882 a Lei nº. 1094, de 6 de Novembro, a extinguiu novamente, para restituir-lhe em 1889 o seu predicamento, com a Lei nº. 1386 de 02 de Outubro.
No caráter de freguesia, entrou para o período de República, em cujo início em 1890, passou à categoria de vila com o decreto nº. 170 de 02 de Agosto e pelo de nº. 171 da mesma data, que criou o município de Afuá, foi constituída em sede da nova comuna.
A instalação do município teve lugar em 23 de Agosto de 1890, sob a presidência de ROSENDO JOSÉ DAS NEVES FERREIRA, que com João Evangelista de Alcântara Barbosa, Leopoldino Joaquim de Almeida, Teodoro Severo Maciel e Raimundo Santiago Chagas, constituíram, o Primeiro Conselho de Intendência Municipal nomeado e empossado.
O Decreto nº. 226 de 28 de Novembro de 1890, criou a Comarca de Afuá, com sede na vila de mesmo nome, e a Lei nº. 403 de 02 de Maio de 1896 elevou Afuá à categoria de Cidade.
A comarca de Afuá foi instalada em 18 de Abril de 1891 e a cidade em 14 de Julho de 1896.
De acordo com a divisão administrativa em 1911, compõe-se o município de Afuá de 06 distritos: Afuá, Jaranduba, Charapucu, Cajarí, Santa Luzia e Cajuúna, ao passo que em 1920 compõe-se apenas de 04 distritos: AFUÁ, CORREDOR, SANTA JÚLIA E CAJUÚNA.
Extinto o município de Anajás pelo Decreto Estadual nº. 6 de 04 de Novembro de 1930, foi o seu território anexado ao de Afuá. Todavia, o texto desse decreto nº. 6 e também do de nº. 78 de 27 de Dezembro de 1930, ao relacionar os 22 municípios existentes no Estado do Pará, na época, não consigna o de Afuá.
A Lei Estadual nº. 8 de 31 de Outubro de 1935 aponta entre os existentes no Estado, o município de Afuá, que nos quadros de divisão territorial datados de 31 de Dezembro de 1936 e 31 de Dezembro de 1937, se constituiu de 7 distritos: AFUÁ, CAJUÚNA, ANAJÁS, CORREDOR, FURO DO BREU, SANTA JÚLIA E TROVÃO.
Já no quadro anexo ao Decreto-Lei nº. 2972, de 31 de Março de 1938, são dois distritos de que se compõe o município em apreço: AFUÁ E ANAJÁS.
Em face do Decreto-Lei Estadual nº. 3131 de 31 de Outubro de 1938 perdeu o município de Afuá o Distrito de Anajás, acrescido de parte do território do Distrito de Afuá, compreendido nas zonas do Trovão e Furo do Breu, para o município de Anajás restaurado. Em conseqüência, na divisão administrativa do Estado, fixada pelo Decreto-Lei supracitado, para vigorar no quinquênio 1939-1943, apenas um Distrito forma o município de Afuá: o deste nome, que se subdivide em 4 zonas: Afuá, Cajuúna, Corredor e Santa Júlia.
Na divisão territorial do Estado, em vigor no quinquênio 1944-1948, estabelecida pelo Decreto-Lei Estadual nº. 4505 de 30 de Dezembro de 1943, permanece Afuá formado somente pelo seu distrito sede.
Atualmente o município de Afuá é constituído por 2 Distritos: AFUÁ E VILA BATURITÉ.
A atual legislatura foi constituída em 1955, tendo sido eleito o Prefeito Municipal o Srº. Eugênio Tavares Ferreira e constituída a câmara municipal de 7 vereadores.


NOSSOS PRIMEIROS GOVERNANTES

  • CEL. ROZENDO JOSÉ DAS NEVES FERREIRA – 1890-1891
    NOMEADO ANTES DA PROMULGAÇÃO DA CONSTITUINTE DO ESTADO

ELEITOS CONSTITUCIONALMENTE

  • CEL. FRANCISCO DE ASSIS CHAGAS – 1891-1906
  • CEL. ROZENDO JOSÉ DAS NEVES FERREIRA – 1906-1906
  • CEL. ANTÔNIO RAIMUNDO PENAFORT – 1907-1908
  • CAP. JOÃO MATA DE ARAÚJO CRUZ – 1908-1909
  • MAJ. FRANCISCO ANTÔNIO PENAFORT – 1909-1913
  • CEL. DEOCLECIANO CARDOSO FONSECA NERY – 1913-1917
  • CEL. VICTÓRIO PRETO PACÍFICO DE CANTUÁRIA – 1915-1917
  • CEL. FRANCISCO ASSIS CHAGAS – 1917-1921
  • Drº. EUCLIDES CUMARÚ ASSUMIU O GOVERNO MUNICIPAL EM
    11/04/1925

PREFEITOS NOMEADOS APÓS A REVOLUÇÃO DE 1930

  • EUCLIDES TAVARES FERREIRA (RG. DO NORTE).
  • JOÃO LINS GUEDES PEREIRA (PARAÍBA)
  • JÚLIO LOBATO (AFUÁ)
  • POLIDÓRIO JANSEN COSTA FERREIRA (MARANHÃO)
  • EDEVAR (PARÁ)
  • CLODOLFO DE ALMEIDA NERY (AFUÁ)

PREFEITOS ELEITOS APÓS A REVOLUÇÃO DE 1930

  • EUGÊNIO TAVARES FERREIRA (RG. DO NORTE) 1944-1947.
  • RAIMUNDO NONATO DE CAMPOS (VIGIA-PA) 1948-1950
  • JOFRE SÁ SEIXAS (AFUÁ-PA) 1951-1954
  • RIVADÁVIA MONTORIL (ILHAS – PA) 1955-1958
  • EUGÊNIO TAVARES FERREIRA (RG. NORTE) 1959-1962
  • JOFRE SÁ SEIXAS (AFUÁ – PA) 1963-1966
  • DINAIR CHAGAS DE SANTANA (AFUÁ – PA) 1967-1970
  • JOÃO MACIEL (AFUÁ – PA) 1971-1972
  • DINAIR CHAGAS DE SANTANA (AFUÁ – PA) 1973-1976
  • EMILSON DOS SANTOS GONÇALVES (AFUÁ – PA) 1977-1982
  • ROLDÃO DE ALMEIDA LOBATO (AFUÁ – PA) 1983-1988
  • EMILSON DOS SANTOS GONÇALVES (AFUÁ – PA) 1989-06/92
  • JOSÉ AUGUSTO MONTEIRO (AFUÁ – PA) 06 A 09 DE 1992
  • JACY SOARES CORRÊA (BREVES) 10 A 12 DE 1992
  • OSVALDO DA SILVA BARBOSA (AFUÁ – PA) 1993-1996
  • MIGUEL SANTANA DE CASTRO (BREVES) 1997-2004
  • ODIMAR WANDERLEY SALOMÃO (AFUÁ) 2005-2012
  • ELIUDO DOS SANTOS PINHEIRO (AFUÁ) 2012-2016
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